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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Paleontologia, Evolução e Biologia do Desenvolvimento


     A Paleontologia é a ciência que estuda a vida antiga, através dos fósseis. Esta ciência é dotada de ferramentas adjacentes, as quais quando combinadas permitem a interpretação dos paleoambientes, dos paleoclimas, das extinções e da evolução. Estas ferramentas utilizam quesitos biológicos e geológicos para a obtenção de seus resultados (CASSAB, 2010). 

    A história da Terra é contada em períodos desiguais de tempo, os quais apresentam mudanças físicas e biológicas. Esses períodos estão marcados por evoluções, tanto nas espécies, quanto na geologia do Planeta Terra e estão preservados nas rochas (ALMEIDA et al., 2010). Conforme Ianuzzi et al. (2010), existem diferentes tipos de evolução, os quais podem estar na escala micro ou macro. A escala microevolutiva é de pequenas dimensões e ocasiona pequenas diferenças intraespecíficas. Já a escala macroevolutiva ocorre ao longo de várias gerações, podendo gerar outra espécie, com características evolutivas diferentes. 

    Conforme Ridley (2007), a Biologia do Desenvolvimento estuda a relação entre a evolução e o desenvolvimento, como mudanças no gene do desenvolvimento, mudanças do embrião para o indivíduo adulto, dentre outras. Estas mudanças que ocorreram ao longo de várias gerações podem abrir caminho para a evolução, no ambito da seleção natural. Essas variações podem ser morfológicas ou comportamentais. Conforme o autor, mesmo dentre os vertebrados existem mudanças embrionárias na coluna vertebral, o que está relacionado a mudanças genéticas e evolutivas. Outra mudança citada é referente aos membros locomotores, na qual a atuação genética evoluiu morfológicamente e é expressa de diversas maneiras, podendo originar nadadeiras, nos peixes, ou até os membros posteriores e anteriores dos tetrápodes. Porém, as mudanças evolutivas causadas pelas modificações das sequências de genes podem acarretar na perda ou na aparição de novos mecanismos biológicos, ou seja, há a ocorrencia da microevolução (RIDLEY, 2007). 
  
  Conforme Gilbert (2003), uma mudança evolutiva muito importante foi a do desenvolvimento embrionário por ovos amnióticos, ou seja, uma estrutura que apresenta proteção e alimento para os embriões. Estes vertebrados são conhecidos como Vertebrados Amnióticos, e compostos por répteis, aves e mamíferos.

   Convém informar que as mudanças ligadas a Biologia do Desenvolvimento, possuem limite. As restrições estão ligadas aos fenótipos e podem ser físicas, morfogenéticas ou filéticas. As restrições físicas estão ligados a estrutura física e de sustentação. As restrições morfogenéticas estão ligadas a mudanças evolutivas que beneficiam uma espécie, atuando de forma a tentar manter a mutação, porém sem discrepância. Já a restrição filética atua no sentido de manter o mesmo padrão de caracteres evolutivos no taxon, sem diferenciá-los radicalmente (GILBERT, 2003).

  Conforme Gilbert (2003), mudanças morfológicas em determinados taxons, ocorrem evolutivamente e diversificam os indivíduos. Estas mudanças estão relacionadas a Biologia do Desenvolvimento. 


Bibliografia: 


ALMEIDA, J. A. C.; BARRETO, A. M. F. O Tempo Geológico e Evolução da Vida. In: CARVALHO, I. S. (Coord.). Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3ª ed. v.1. Rio de Janeiro, 2010. Cap. 7, p. 93-109.



CASSAB, R. C. T. Objetivos e Princípios. In:__ (Coord.). Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3ª ed. v.1. Rio de Janeiro, 2010. Cap. 1, p. 3-12.



GILBERT, S. F. Gastrulação: Reorganizando as células embrionárias. In:__. Biologia do Desenvolvimento. 5ª ed. FUNPEC, 2003. Cap. Cap. 6, p. 209-252. 



 __. Início do desenvolvimento vertebrado: Mesoderma e endoderma. In:__. Biologia do Desenvolvimento. 5ª ed. FUNPEC, 2003. Cap. 9, p. 341-390. 



 __. Mecanismos desenvolvimentais da mudança evolucionária. In:__. Biologia do Desenvolvimento. 5ªed. FUNPEC, 2003. Cap.23, p. 883-918. 



 IANUZZI, R.; SOARES, M. B. Teorias Evolutivas. In: CARVALHO, I. S. (Coord.). Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3ª ed. V.1. Rio de Janeiro, 2010. Cap.9, p. 139-162.



RIDLEY, M. Biologia Evolutiva do Desenvolvimento. In:__. Evolução. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Cap. 20, p. 593-610.

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