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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Icnofósseis - Critérios para reconhecimento


  

    Segundo Carvalho et al. (2010) a importância dos icnofósseis deve-se ao  fato destes preservarem a atividade de organismos pretéritos. É citado que além disto, os rastros de organismos de corpo mole e o retrabalhamento em sedimentos também são preservados. Isto indica uma diversidade de comportamento de organismos, além de possibilitarem a interpretação de paleoambientes e da paleoecologia (CARVALHO et al., 2010). Além disso, de acordo com Buatois et al. (2011), os icnofósseis diferenciam-se dos fósseis corporais, mostrando peculiaridades na sua formação e fornecendo informações para a Paleoecologia, Sedimentologia e Estratigrafia.

    De acordo com Seilacher (2007) a classificação dos icnofósseis é morfológica, preservacional ou etológica. O autor cita que o critério morfológico descreve e classifica o icnofóssil com base em sua morfologia, ou seja, sua forma e também é denominado de critério de definição. Também é citado que o critério preservacional, como o próprio nome indica, estuda a forma de preservação do icnofóssil no sedimento. Já o critério etológico, estuda o comportamento de um organismo em um ambiente. Os critérios apresentam restrições quanto ao uso, sendo o critério etológico o mais usado, por indicar diversos comportamentos em diversos paleoambientes (SEILACHER, 2007).

    Rindsberg (2012) descreve que Seilacher em 1953 comparou os icnofósseis de acordo com o comportamento etológico. Para o autor os critérios etológicos dos icnofósseis são divididos em: estruturas de locomoção, estruturas de habitação, estruturas de descanso, estruturas de alimentação e estruturas de pastagem. As estruturas de locomoção, também denominados de Repichnia, correspondem a traços de pegadas causados por membros locomotores, e que foram preservadas. As estruturas de habitação, também denominados de Domichnia, correspondem a bioturbações, escavados por organismos e que foram preservadas. As estruturas de descanso, também denominados de Cubichnia, ocorrem quando o organismo busca descanso ou refúgio. As estruturas de alimentação, também denominados de Fodinichnia, ocorrem quando o animal se alimenta sobre ou no substrato, deixando marcas de locomoção. As estruturas de pastagem, também denominados de Pascichnia, são pistas deixadas por organismos, que ingerem alimento e sedimentos superficiais (RINDSBERG, 2012).

    Segundo Buatois et al. (2011), um organismo pode apresentar diversos comportamentos. Sendo assim, o organismo pode produzir mais de um icnotaxon. Por outro lado, alguns organismos apresentam comportamentos similares, e o mesmo icnotaxon pode ser produzido por mais de um organismo (BUATOIS et al., 2011).

    Carvalho et al. (2010) cita que os coprólitos, termo que nomeia escrementos fossilizados, são úteis para auxiliar na interpretação do hábito alimentar de certo táxon extinto. Já os fósseis de ovos e ninhos, de invertebrados e vertebrados, podem revelar informações sobre embriões de espécies extintas (CARVALHO et al., 2010).   


Bibliografia


BUATOIS, L.; MÁNGANO, M. G. The basics of Ichnology. In:__. Ichnology: Organsim-Substrate Interations in Space and Time. 1ª ed. Cambridge University Press, 2011. Cap. 1, p. 5-24.



CARVALHO, I. S.; FERNANDES, A. C. S. Icnofósseis. In: _. (Coord.). Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3ª ed. V.1. Rio de Janeiro, 2010. Cap. 12, p. 195-228.



RINDSBERG, A. K. Ichnotaxonomy: finding patterns in a welter of information. In: KNAUST, D.; BROMLEY, R. G. Trace fossils as indicators of sedimentary environments. 1ª ed. Elsevier, 2012. Cap. 2, p. 44-78.



SEILACHER, A. Burrows of wormlike bulldozers. In:_. Trace fossil analysis. Springer, 2007. Cap. 7, p. 89-102.

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