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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Espécie, Biogeografia Evolutiva e Sistemática Filogenética

Espécie

  Uma espécie não pode ser distinguida por sua morfologia. Isso se deve ao fato de serem considerados como espécie, os indivíduos que conseguem copular e gerar descendentes (RIDLEY, 2007).         

  Segundo Pough et al. (2008), toda espécie recebe um nome em latim, baseando-se no sistema de nomenclatura binomial criado pelo naturalista sueco Carolus von Linnaeus, o qual tinha o objetivo de  de designar espécies, assim como as demais categorias hierárquicas. A classificação binomial foi publicada entre 1735 e 1758, no livro de Caroulus von Linnaeus, denominado “Systema Naturae”, ou “O Sistema da Natureza”, em português.

   Segundo Pough et al. (2008), o nome científico da espécie, quando em latim apresenta os seguintes aspectos: é escrito em itálico ou sublinhado, o primeiro nome representa o gênero e o segundo a espécie, a  primeira letra do gênero com letra maiúscula e as demais com minúsculas.

   Segundo Woese et al. (1990), para aprimorar divisão dos seres vivos seria necessário agrupá-los em outro táxon. Este novo táxon é o Domínio e está acima das outras categorias de classificação: Domínio>Reino>Classe>Ordem>Gênero>Espécie.

 

Biogeografia Evolutiva

  A Biogeografia é a ciência que estuda as diversas formas de organismos vivos, evidenciando seu padrão de distribuição espacial ao longo do tempo, ou seja, no passado, no presente e no futuro (COX et al., 2009).

  Ainda de acordo com Cox et al. (2009), a Biogeografia Evolutiva, também denominada Biogeografia Histórica, aborda em longos períodos, determinadas evoluções e determinadas extinções em um local específico, que sofrem  influências geológicas e climáticas, aspectos esses que alteram a distribuição da espécie, a história de um grupo de organismos e sua dispersão em uma região.

   Alguns conceitos são importantes para compreender o campo da Biogeografia, dentre eles se destacam:

(I)                 Extinção: desaparecimento de uma espécie (COX et al., 2009). As extinções podem ocorrer por vários motivos, dentre eles a evolução e a seleção natural, a competição, as mudanças climáticas, os eventos catastróficos, as patologias e a redução de alimentos (SCHULTZ, 2010).

(II)           Dispersão: padrão de distribuição de uma espécie. O estudo da dispersão permite a compreensão dos padrões de distribuição, tanto de vegetais, quanto de animais (COX et al., 2009).

(III)             Vicariância: barreira geográfica entre uma população de indivíduos, podendo levar a variação da espécie (AMORIM, 2002). Este conceito também é usado na Biogeografia Histórica, explicando a dispersão dos organismos em um determinado território (COX et al., 2009).

Sistemática Filogenética

   Segundo Amorim (2002), é o campo da Biologia responsável por organizar os seres vivos e classificá-los e conforme Cox et al. (2009), é uma importante base de dados para a Biogeografia. A seguir estão alguns conceitos referentes à Sistemática Filogenética, seguindo Amorim (2002):

(I)                     Homologia: espécie possui um ancestral em comum, com uma mesma estrutura. 

(II)               Anagênese: caso ocorra uma mutação em uma espécie e ela prevaleça, será transmitida aos seus descendentes.

(III)             Cladogênese: fragmentação de dois ramos taxonômicos, que passam a individualizar a sua evolução.

(IV)          Plesiomorfia: caractere mais adaptado surgido em um grupo, mas de origem em outro grupo.

(V)               Apomorfia: caractere mais recente adaptado de um caractere primitivo, porém de mesmo grupo.

(VI)             Sinapomorfia: compartilhamento de caracteres apomorficos.

(VII)           Simplesiomorfia: compartilhamento de caracteres plesiomorficos.

(VIII)         Grupos Monofiléticos: todos os membros tem um ancestral em comum.

(IX)             Grupos Merofiléticos: podem ser Polifiléticos ou Parafiléticos.

(X)               Grupos Polifiléticos: não inclui o ancestral comum de todas as espécies.

(XI)             Grupo Parafilético: inclui o ancentral mais próximo, porém nem todos os ancestrais.

 

Bibliografia:

AMORIM, D. S. Fundamentos de Sistemática Filogenética. 1ª ed. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2002.

 

COX, C. B.; MOORE, P. D. Biogeografia: Uma abordagem ecológica e evolucionária. 7ª ed. LTC, 2009.

 

POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. Diversidade, Classificação e Evolução dos Vertebrados. In:__.  A vida dos Vertebrados. 4ª ed. Ateneu Editora São Paulo, 2008. Cap.1, p. 2-15.

 

RIDLEY, M. O Surgimento da Biologia Evolutiva. In:__.  Evolução. 3 ed. Artmed, 2007. Cap. 1, p. 27-44.

 

SCHULTZ, C. L. Extinções. In: CARVALHO, I. S. (Coord.). Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3ª ed. V.1. Rio de Janeiro, 2010. Cap. 10, p. 163-180.

 

WOESE, C. R.; KANDLER, O.; WHEELIS, M. L. Towards a natural system of organisms: Proposal for the domains Archaea, Bacteria and Eucarya. Proceedings of the National Academy of Sciences. Estados Unidos, vol.87, p. 4576-4579, Junho de 1990.

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